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A responsabilidade ambiental da humanidade

Pergunta:
- Enquanto investigador, vê o próximo século (XXI) com alguma preocupação?

Eurico da Fonseca:
- O nosso futuro depende do futuro do mundo e a minha visão do mundo divide-se entre a decadência e aquilo que os homens poderão fazer para a evitar.
As pessoas ainda não têm a noção do que nos espera e parece-me que é preciso cairmos na decadência e no caos para que depois a humanidade renasça.

Tudo isto tem a ver com as questões ambientais e com o esgotamento das reservas do planeta que, como está mais que provado, acaba por provocar enormes desequilíbrios sociais e humanos.

Portanto, enquanto a humanidade não perceber isto, o nosso futuro será uma grande incógnita.

Entrevista dada em 31-01-2000.
Eurico da Fonseca viria a morrer a 4 de Dezembro desse mesmo ano.
Já lá vão 10 anos... a humanidade, essa continua a cavar a sua própria sepultura.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Amigos para a vida


Aos 48 anos, Clara Simões divide o seu dia-a-dia entre o Tribunal de Trabalho de Viseu e Paços de Vilharigues, em Vouzela, onde vive e tem os seus cães: o Zé, a Nina, o Tobias, o Pinhão, a Maria, a Paulinha, a Dália, o Smile, a Tuchinha, o Mateus e o Obama... e mais 32.

"Quem tem muitos filhos não lhes troca os nomes", garante Clara Simões, que sempre se lembra de adorar animais.

Teve um cão que morreu com 21 anos e, a partir daí, há mais de uma década, começou a sua "aventura" de acolher abandonados, o primeiro dos quais o Tobias e depois "mais outro e mais outro".

"Basta começar com um. Como o abandono é tanto, há tantos que se cruzam comigo, que não os consigo deixar ficar depois de olhar para eles e ver aquele olhar infeliz", partilha, contando que os costuma encontrar abandonados junto ao acesso da auto-estrada A25, no caminho para Viseu e até em Aveiro.

Nestes anos, viveu histórias que a marcaram profundamente, como a de uma cadela que encontrou na beira de uma estrada dentro de uma caixa de papelão com as patas atadas para que não pudesse correr atrás do carro do dono e de um cão que deambulava pela Feira de S. Mateus com um buraco no pescoço e que estava prestes a morrer.

Para que os seus amigos de quatro patas possam ter a vida que acha que eles merecem, Clara dedica-lhes todo o seu tempo antes e depois do trabalho, porque há muitas bocas para alimentar e dejectos para limpar.

"Levanto-me às sete, a primeira coisa que faço é começar a limpar. Depois dou-lhes comida cozinhada, troco de roupa, trato um bocadinho de mim e vou para Viseu, onde entro às nove horas. Saio do tribunal, regresso a casa, troco outra vez de roupa, volto a limpar, dou comida novamente e começo a cozinhar para o dia seguinte", relata.

Os seus cães consomem cerca de 200 quilos de ração por mês. De trinca (arroz partido) gasta oito quilos por dia, à qual junta hortaliça que os pais e vizinhos lhe dão e frangos oferecidos por dois matadouros.

Gasta todo o seu dinheiro para ter os animais bem tratados, mas garante que é "uma tesa feliz". "Costumo dizer que o que os cães me dão é muito mais do que aquilo que lhes dou. Se acordar mal-disposta fico logo bem-disposta. Principalmente estes 16 do quintal, assim que abro a porta a festa é tanta, o carinho que eles me dão é tanto, que digo muitas vezes que eles são a minha medicação", diz a oficial de justiça, que sofre de fibromialgia.

Esta semana, Clara Simões viu pela primeira vez o seu trabalho reconhecido, ao receber o Prémio Dona Maria da Luz, no Porto, destinado a quem se dedica a defender os animais.

"Foi muito, muito bom, porque nunca tinha recebido nada. Mais do que um prémio simbólico, foi perceber que ainda existe gente que reconhece quem trabalha e que faz algo em defesa destes bichos, que são espectaculares", sublinha.





Um exemplo concreto de alguém que com pouco dinheiro muito ajuda por comparação com aqueles "cães" que tudo tendo nada partilham.

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